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Dores crônicas no joelho podem transformar momentos simples em grandes obstáculos: o rangido ao dobrar a perna ao levantar da cama, a hesitação antes de subir um lance de escadas, o desconforto que acompanha cada passo. Quando o joelho se torna fonte constante de incômodo, atividades cotidianas perdem a leveza e a rotina se vê comprometida por limitações inesperadas.
Neste blog do Dr. Itamar, especialista em ortopedia e traumatologia, você encontrará um guia completo sobre dores crônicas no joelho: o que elas significam, porque aparecem e quais são as melhores opções de tratamento. Continue a leitura para descobrir como retomar sua rotina com mais conforto, segurança e liberdade de movimento.
Dores crônicas no joelho são aquelas que persistem por mais de três meses, mesmo após a adoção de tratamentos iniciais como repouso, medicamentos ou fisioterapia. Ao contrário da dor aguda, que aparece de forma repentina. Muitas vezes após um trauma ou esforço intenso e tende a melhorar com descanso, a dor crônica permanece presente, atrapalhando atividades diárias e compromissos pessoais e profissionais.
Esse quadro prolongado geralmente exige uma abordagem mais abrangente, envolvendo diagnóstico detalhado e planos de tratamento individualizados A intensidade da dor crônica pode variar de um incômodo leve, quase imperceptível, a uma sensação aguda que limita drasticamente a mobilidade.
Além da dor em si, é comum a presença de rigidez matinal, quando o joelho demora a “destravar”, inchaço persistente devido à inflamação e dificuldade para realizar movimentos simples, como dobrar ou esticar completamente a perna.
Essas manifestações podem ser sinal de desgaste articular (artrose), inflamações crônicas como bursite ou tendinite, ou ainda de alterações biomecânicas, como desalinhamento postural ou fraqueza muscular. Diante desses sintomas, é fundamental buscar a avaliação de um especialista, como o Dr. Itamar Neto, para identificar a causa exata e definir o melhor caminho para o alívio e a recuperação da qualidade de vida.
A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma das principais causas de dores crônicas no joelho, especialmente em pessoas com mais de 50 anos. Trata-se de um processo degenerativo progressivo que compromete a cartilagem articular, um tecido que reveste as extremidades dos ossos e permite o movimento suave da articulação. Com o tempo, essa cartilagem se desgasta e perde sua capacidade de amortecer o impacto entre os ossos. Como resultado, ocorre atrito direto entre as superfícies ósseas, gerando dor, inchaço, rigidez e limitação dos movimentos.
A dor da artrose costuma piorar com a atividade física e melhorar com o repouso, mas em estágios avançados pode ser constante, até mesmo em repouso ou à noite. Além disso, estalos ao movimentar o joelho e deformidades visíveis também podem surgir. O tratamento pode incluir desde fisioterapia, medicamentos e infiltrações até, em casos mais graves, cirurgia para substituição da articulação por uma prótese.
A condromalácia patelar é uma condição que afeta a cartilagem localizada atrás da patela (rótula), provocando seu amolecimento ou desgaste. Essa cartilagem funciona como um "amortecedor" entre a patela e o fêmur. Quando ela se deteriora, os movimentos da articulação se tornam irregulares, causando atrito, dor e, muitas vezes, um som de estalo ao dobrar o joelho.
É especialmente comum em mulheres jovens, atletas, corredores e pessoas que passam longos períodos ajoelhadas ou em posição de agachamento. A dor da condromalácia geralmente é localizada na parte frontal do joelho e aumenta ao subir ou descer escadas, sentar-se por muito tempo ou ao levantar-se rapidamente. O tratamento pode envolver exercícios de fortalecimento do quadríceps, alongamentos, correção da biomecânica da pisada e, em alguns casos, infiltrações ou cirurgia.
Tendinite e bursite são condições inflamatórias que afetam estruturas próximas ao joelho, sendo causas frequentes de dor crônica, especialmente em pessoas que realizam movimentos repetitivos ou atividades de impacto.
A tendinite ocorre quando os tendões — estruturas que ligam os músculos aos ossos — sofrem microlesões por sobrecarga ou uso excessivo. No joelho, o tendão patelar (abaixo da rótula) e o tendão do quadríceps (acima da rótula) são os mais afetados. Já a bursite acontece quando as bursas — pequenas bolsas cheias de líquido que reduzem o atrito entre tecidos — ficam inflamadas.
Os sintomas incluem dor localizada, sensibilidade ao toque, calor e inchaço na região afetada. O incômodo tende a piorar com movimentos repetitivos, agachamentos ou subida de escadas. O tratamento inclui repouso, fisioterapia, uso de gelo, medicamentos anti-inflamatórios e, em casos mais resistentes, infiltrações com corticosteroides.
As lesões ligamentares e meniscais estão entre as causas mais comuns de dores crônicas no joelho, especialmente entre atletas e pessoas que sofreram traumas ou torções na articulação. Os ligamentos são estruturas que estabilizam o joelho, e sua ruptura parcial ou total compromete a firmeza do movimento. O mais frequentemente lesionado é o ligamento cruzado anterior (LCA), seguido pelos ligamentos colaterais.
Já os meniscos são cartilagens em formato de meia-lua que funcionam como amortecedores entre o fêmur e a tíbia. Lesões meniscais podem ocorrer por movimentos bruscos, torções ou desgaste com o tempo. Quando não tratadas corretamente, essas lesões podem gerar dor persistente, sensação de travamento no joelho, estalos e instabilidade.
O tratamento pode variar de fisioterapia intensiva a procedimentos cirúrgicos, como a artroscopia, dependendo da gravidade da lesão e do perfil do paciente.
Alterações biomecânicas referem-se a desvios no alinhamento do corpo que afetam a forma como o peso é distribuído nas articulações, especialmente nos joelhos. Essas alterações podem ser congênitas ou adquiridas ao longo do tempo e incluem condições como pé plano (chato), pisada pronada, joelho valgo (em “X”) ou varo (em “alças de balde”), além de desequilíbrios musculares e encurtamentos.
Quando o corpo não está alinhado corretamente, o joelho passa a receber carga de maneira desigual, o que provoca sobrecarga em determinadas áreas da articulação. Com o tempo, isso gera microlesões, inflamações e desgaste precoce da cartilagem, levando à dor crônica e perda de mobilidade.
A avaliação biomecânica e postural feita por um ortopedista, aliada a exames complementares, é fundamental para identificar esses problemas. O tratamento inclui reeducação postural, uso de palmilhas ortopédicas personalizadas, fortalecimento muscular e, em casos mais graves, correções cirúrgicas.
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada: histórico de sintomas, exame físico e testes de mobilidade. Em seguida, podem ser solicitados exames de imagem, como:
Radiografia: para avaliar o alinhamento ósseo e detectar artrose.
Ressonância magnética: para analisar cartilagens, ligamentos e meniscos.
Ultrassonografia: útil na detecção de bursite e tendinite.
Em alguns casos, a artrocentese (punção e análise do líquido sinovial) ajuda a identificar processos inflamatórios ou infecciosos.
Fisioterapia: exercícios de fortalecimento muscular, alongamento e correção postural.
Medicamentos: analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor e da inflamação.
Infiltrações: aplicações de corticosteroides ou ácido hialurônico para alívio prolongado.
Órteses e palmilhas: correção da pisada e suporte articular.
Terapia por ondas de choque: estimula a regeneração tecidual e alivia a dor.
Laserterapia: promove bioestimulação e redução da inflamação.
PRP (plasma rico em plaquetas): terapia regenerativa para melhorar a cicatrização.
Artroscopia: para reparo de meniscos, ligamentos ou limpeza articular.
Osteotomia: correção do alinhamento ósseo em casos de desgaste assimétrico.
Prótese de joelho: artroplastia total ou parcial em casos de artrose avançada.
Leia também: Fisioterapia e reabilitação no tratamento de lesões do joelho
Prevenir dores crônicas no joelho exige atenção a hábitos diários e um cuidado contínuo com a saúde das articulações. Adotar medidas preventivas é essencial não apenas para evitar o aparecimento da dor, mas também para controlar condições já existentes e impedir que se agravem. Confira as principais estratégias de prevenção e cuidado a longo prazo:
Manter os músculos que sustentam o joelho fortalecidos é uma das formas mais eficazes de prevenir lesões e dores crônicas. Os principais grupos musculares envolvidos são o quadríceps (parte frontal da coxa), os isquiotibiais (parte posterior da coxa) e os glúteos. Quando esses músculos estão fortalecidos, eles ajudam a absorver o impacto e reduzir a sobrecarga sobre a articulação do joelho durante as atividades do dia a dia, como caminhar, correr ou subir escadas. Exercícios como agachamentos, leg press, ponte para glúteos e treino funcional, com orientação profissional, são recomendados para essa finalidade.
Manter uma postura adequada no cotidiano é essencial para distribuir corretamente o peso corporal e evitar sobrecargas articulares. Pequenos gestos, como caminhar com o tronco alinhado, evitar curvar as costas ao levantar objetos e manter os joelhos na direção correta durante atividades físicas, fazem toda a diferença. A má postura, muitas vezes negligenciada, contribui para desequilíbrios musculares e desalinhamentos que afetam diretamente o joelho. Em alguns casos, a fisioterapia postural ou o acompanhamento com um educador físico pode ser necessário para reeducar os movimentos.
O excesso de peso corporal aumenta significativamente a pressão sobre os joelhos, especialmente durante atividades como caminhar ou subir escadas. Estima-se que, a cada quilo acima do ideal, os joelhos suportam de três a cinco vezes esse peso durante o movimento. Por isso, manter um peso saudável é uma das medidas mais eficazes para prevenir dores e retardar o avanço de doenças como artrose e condromalácia. Alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e acompanhamento com profissionais de saúde são fundamentais nesse processo.
O uso de calçados inadequados pode alterar a pisada e impactar negativamente o alinhamento das pernas, gerando sobrecarga nos joelhos. Para quem sofre com dores crônicas ou possui alterações biomecânicas, calçados com bom amortecimento, solado estável e, em alguns casos, palmilhas ortopédicas personalizadas, são indicados. Esses elementos ajudam a corrigir a postura e absorver o impacto durante a caminhada. Evitar sapatos com salto alto e tênis muito desgastados também é fundamental para proteger a articulação.
A prática de alongamentos deve ser incorporada à rotina para preservar a flexibilidade das articulações e prevenir encurtamentos musculares que prejudicam o movimento e causam dor. Alongar os músculos da coxa, panturrilha, quadril e glúteos contribui para um melhor equilíbrio muscular, facilita os movimentos e reduz o risco de lesões. O ideal é realizar os alongamentos após a prática de exercícios ou mesmo em momentos de pausa ao longo do dia, com foco em movimentos suaves e progressivos.
Dores crônicas no joelho não precisam ser uma sentença de limitações. Com diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado que pode incluir fisioterapia, infiltrações e, em alguns casos, a cirurgia é possível recuperar a mobilidade e a qualidade de vida. Se você sofre com dores persistentes, agende uma consulta com o Dr. Itamar Neto, especialista em ortopedia e traumatologia, e descubra a melhor abordagem para o seu caso.